Todos os Transtornos de Ansiedade têm como
manifestação principal um alto nível de ansiedade. Ansiedade é um estado
emocional de apreensão, expectativa de que algo ruim aconteça acompanhado por
várias reações físicas e mentais desconfortáveis.
Segundo estudos recentes os transtornos
de ansiedade compreendem: a Ansiedade Generalizada, as Fobias, a Síndrome do Pânico,
o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, a Ansiedade Associada à Saúde e Hipocondria
e o Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Dentre os Transtornos
de Ansiedade, o Transtorno do Pânico vem aumentando de forma
preocupante e está entre os quadros mais freqüentes e incapacitantes para
vida do indivíduo, gerando isolamento e afetando negativamente sua vida com
prejuízos de âmbito pessoal ao social, afetivo e profissional.
Na Síndrome do Pânico o paciente pode se
tornar Agorafóbico, ou seja, vivenciar ansiedade em espaços aberto, em
decorrência de uma forma subjetiva de processar ou representar esses espaços. O portador de síndrome de pânico pode reagir
em determinada situação com ansiedade incontrolável, taquicardia ou arritmia,
que é interpretado por ele como sinal iminente de ataque cardíaco, enquanto uma
pessoa não fóbica diante da mesma situação pode reagir de forma neutra ou com
grau de ansiedade normal.
Dentre os sintomas apresentados na crise de Pânico, destacam-se:
falta de ar, taquicardia, tremores, vertigens, tonteiras, sudorese, náuseas,
formigamentos, pernas bambas, dor no peito, etc., bem como ideações relacionadas
ao pavor de morte por asfixia ou ataque cardíaco, de ficar louco, de perder os
sentidos ou da perda total do controle.
Segundo estudos realizados pelo National Institute
of Mental Health, aproximadamente um terço das pessoas com transtorno de pânico
tornam-se Agorafóbicas, evitando
situações e lugares em que possa haver menor
probabilidade de obterem ajuda, caso sejam acometidas por um novo ataque de
pânico.
O portador desses transtornos apresenta
tendência aumentada a cometer distorções de pensamentos,
processando seletivamente sinais de ameaça, superestima sua vulnerabilidade,
focaliza sua atenção em preocupações na tentativa de controlar o estímulo
ameaçador. Seus pensamentos refletem uma negatividade ou pessimismo geral e são
orientados para o futuro, em forma de pensamentos antecipatórios catastróficos.
Segundo o modelo cognitivo, o ponto central para a
experiência subjetiva de ansiedade diante de um evento, não seria o evento em
si, mas a atribuição de um significado ameaçador ou perigoso do evento pelo
sujeito. No caso específico dos Transtornos de Ansiedade, a experiência de
ansiedade decorreria de uma atribuição exagerada de ameaça ou perigo a eventos
que outros poderiam processar como neutros.
Ao tratar o paciente ansioso, o
terapeuta cognitivo tem como meta levá-lo a buscar interpretações alternativas às
suas interpretações catastróficas, capacitando-o a melhor avaliar esses eventos
com maior realismo.
Com base na teoria cognitivo-comportamental podemos
identificar um perfil cognitivo típico para o portador de um Transtorno de Ansiedade.
Efetivamente, em termos de estruturas cognitivas, o ansioso apresenta crenças
disfuncionais focalizadas em ameaça física ou psicológica, que refletem um
sentido de vulnerabilidade. Nessa perspectiva o ansioso processa seletivamente
sinais de ameaça, derivados de superestimação da própria vulnerabilidade, descartando
elementos contrários. Sua atenção focaliza pensamentos disfuncionais (ameaças
ou perigos a si ou a pessoas significativas) desencadeando ansiedade
antecipatória. Exemplos mais comuns são: se o indivíduo tem que se expor
publicamente (e se me der branco?), ou (e se eu fizer fiasco), Se for a uma
prova de concurso ou de seleção de emprego ( e se eu deixar transparecer minha
insegurança?), ( e se o entrevistador não for com a minha cara?), ( e se eu
tremer, me travar, gaguejar?, etc.), se
for uma paquera (e se a garota me rejeitar?) se for medo de enfrentar o
elevador (e se o elevador parar?) ( se a força acabar?), (se eu tiver pânico
dentro do elevador?). Esse pessimismo dá origem ao caráter excessivamente
catastrófico de suas interpretações.
Prof. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica
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