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2/02/2013




Locus de controle: entre sucessos e fracassos


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“Locus de controle”: entre sucessos e fracassos

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Em Psicologia, a maior parte das pesquisas concentra-se no estudo do sofrimento e das doenças mentais investigando, por exemplo, a depressão, a angústia, a ansiedade e a solidão. Apesar da maioria das pesquisas em psicologia se voltarem para a investigação desses fatores, a Psicologia Positiva vem ganhando espaço nas últimas décadas investindo no estudo do bem-estar subjetivo (BES). Um desses fatores é o “Locus de controle”. Esse constructo vem sendo muito valorizado nas pesquisas da Psicologia Social e, em especial, em estudos que enfatizam a influência de fatores psicossociais no bem-estar subjetivo e na qualidade de vida (PEREIRA, 1997).
Por se concentrar no estudo dos aspectos positivos e sadios do indivíduo, a Psicologia Positiva permite ampliar o alcance da Psicologia, reconhecendo mecanismos envolvidos na manutenção de uma melhor qualidade de vida.
Locus significa lugar em latim. Em psicologia se diz que uma pessoa tem o “Locus de controle” predominantemente interno se ele acredita que pode ter controle sob os eventos de sua própria vida, e de obter sucesso, exigindo mais de si mesmo e se concentrando no que pode fazer por conta própria para lidar com seus problemas atuais.         Locus pode ser usado em diversos sentidos e para várias áreas, na psicologia, na genética, na matemática, na fonética e etc.
O constructo “Locus de controle” é uma variável que busca explicar a percepção que a pessoa tem sobre a fonte de seu controle sobre os acontecimentos em que está envolvida. Deste modo, um indivíduo pode perceber-se como controlador dos acontecimentos ou controlado por fatores externos a ele (estes fatores poderiam ser outras pessoas, entidades ou mesmo o destino, o acaso e a sorte).
O “Locus de controle” varia, ao longo de um continuum tendo em um extremo a percepção do controle interno ou internalidade e no outro o controle externo ou externalidade (Della Coleta, 1985). Interno, quando o indivíduo percebe os resultados dos acontecimentos como conseqüência de suas próprias ações e externo, quando percebe esses mesmos acontecimentos como conseqüência de fatores externos.
“Locus de Controle” é um conceito introduzido pelo psicólogo norte-americano Julian Rotter, em 1966, no contexto de seu artigo “Psychological Monographs”, no qual elucida como a percepção das pessoas afeta seus sucessos e fracassos na vida.
Pesquisas demonstram que as pessoas com predomínio de “Lócus de controle interno” tendem a ser física e mentalmente mais saudáveis. Em geral, sua pressão sanguínea é mais baixa, apresentam menos infartos, ansiedade, depressão e são mais hábeis ao lidarem com o estresse. Obtêm as melhores notas na escola e acreditam ter maior liberdade de escolha. São mais populares e sociáveis e apresentam elevado grau de autoestima. O sujeito com baixo controle interno pode desenvolver um humor deprimido por achar que não tem controle sob acontecimentos, tanto positivos quanto negativos de sua vida e, conseqüentemente, nenhuma responsabilidade sob o que lhe acontece e se considerar incapaz de interferir e modificar aspectos negativos da mesma.
Rotter sugere que o “Lócus de controle” é adquirido na infância por meio do comportamento dos pais e dos responsáveis pela criação. Pais de adultos com “Locus de controle” interno tendem a ser solidários, generosos ao elogiarem os filhos em suas realizações (reforço positivo), apresentam coerência na disciplina e postura não autoritária.
Para Wenzel (1993), “Locus de controle” refere-se ao modo como uma pessoa percebe a relação entre seus esforços e o resultado de um evento. Caso esta relação esteja clara para o indivíduo, diz-se que ele é internamente orientado, ao contrário, quando a relação não é clara, a pessoa passa a responsabilizar outros fatores pelo sucesso ou fracasso de determinada ação. Nesse caso, diz-se que ela é externamente orientada.
Ninguém conserva o Locus interno ou externo o tempo todo. A questão é perceber-se nos momentos-chave.
Você procura perceber sua participação nos eventos de sua vida? ou está sempre culpando os outros pelo que lhe acontece?
Não é saudável nos responsabilizarmos por tudo o que nos acontece. É lógico que existem influências externas, adversidades, barreiras a serem superadas, porém é importante estarmos atentos para as condições em que os fatos acontecem e, sobretudo, observarmos como está sendo nossa participação nos mesmos.
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica

12/16/2012










TDAH e co-morbidades


Esquecimentos, problemas com memória, distração...  Até pouco tempo atrás, quando alguém "aparentemente normal" não conseguia se concentrar, lembrar do que devia ser feito, perder prazos ou concluir tarefas, pensava-se tratar de desinteresse, falta de esforço, ociosidade, vagabundagem, desleixo, indolência, preguiça, até mesmo malandragem. Hoje, sabe-se que muitas destas pessoas podem sofrer do TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Estima-se que cerca de quatro milhões de adultos no Brasil são vítimas do TDAH. Esse distúrbio, que associa a desatenção e a impulsividade com a hiperatividade, é capaz de afetar a qualidade de vida, trazer problemas de relacionamento na vida pessoal, conjugal e profissional tanto em adultos quanto em crianças. Se não tratada adequadamente na infância pode trazer sérios problemas para a vida adulta entre elas a co-morbidade (outras disfunções que acompanham o TDAH).

Co-morbidade é um termo utilizado para descrever a ocorrência simultânea de dois ou mais problemas de saúde em um mesmo indivíduo. Esse é um fenômeno freqüente na prática clínica, e sua identificação é um fator importante que afeta tanto o prognóstico dos pacientes como a conduta terapêutica.

São as co-morbidades que dão o colorido especial a cada portador de TDAH, muitas vezes dificultando ou mascarando seu diagnóstico. Na vida adulta de um TDAH, as co-morbidades são muito freqüentes, atingindo mais de 50 % dos portadores, muitas vezes com mais de uma co-morbidade. O TDAH pode vir acompanhado de: Transtorno de Ansiedade, Transtorno de Aprendizado, Transtorno Depressivo, Transtorno de Humor Bipolar, Transtorno Opositivo - Desafiador, Transtorno de Conduta entre outros.

O TDAH se caracteriza pela tríade: Hiperatividade, Impulsividade e Desatenção. Os três sub-tipos podem se combinar de várias maneiras com qualquer uma das co-morbidades.

As pessoas com TDAH apresentam, ainda, uma maior tendência em abusar de drogas. O índice pode chegar a 50%. No caso do tratamento de dependentes químicos, é fundamental investigar se há diagnóstico de TDAH. A presença de TDAH dobra o risco para o desenvolvimento de abuso/dependência de substâncias ao longo da vida, e ambos os transtornos influenciam-se mutuamente, o que traz implicações para o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento de ambos os transtorno. A pessoa pode utilizar-se de bebidas alcoólicas, maconha e tranqüilizantes como forma de anestesiar seus pensamentos negativos, sua depressão, sua agitação e sua ansiedade crônica.

Estudos epidemiológicos realizados em crianças portadoras de TDAH documentam incidências elevadas de distúrbios psiquiátricos co-mórbidos, incluindo Transtornos Disruptivos de Comportamento (Transtorno Opositivo Desafiador, Transtorno de Conduta, Transtorno de Personalidade Anti-social); Transtorno de Aprendizagem Escolar, Distúrbio da linguagem: Transtorno de Ansiedade: Transtorno do Humor e Transtorno de Tics.

Além desses, outros transtornos podem também serem observados com certa freqüência como, por exemplo, o transtorno alimentar por conta da compulsão que acomete a maioria dos portadores de TDAH.

Outros transtornos bastante comuns nesses pacientes são as fobias pelo medo de cometerem gafes, de serem criticados, ridicularizados, medo dos famosos "brancos", esquecimentos, ou por outras situações que os exponham de maneira negativa, por exemplo, na fobia social (medo de estabelecer relações sociais, falar em público), ou outras fobias como medo de avião, elevador, sangue, tempestade. Sendo comum a baixa auto-estima, a depressão e até mesmo o Pânico.

Na Adolescência e na idade Adulta os sintomas do TDAH se modificam, a hiperatividade não se apresenta mais tão visível passando a ser mais uma sensação de inquietude. No entanto, a desatenção persiste quase inalterada, embora facilmente disfarçada. Dirigir veículos, por exemplo, pode se tornar uma atividade de risco para os portadores de TDAH, que não toleram esperar, por serem muito acelerados e impulsivos apresentam dificuldades em respeitar regras e sinais de trânsito, tornando-se, por vezes, imprudentes e, portanto, mais vulneráveis á acidentes.

Por tudo isso, se faz importante o tratamento precoce. No caso do TDAH adulto é aconselhável o diagnóstico correto e o tratamento adequado tanto em relação ao TDAH, quando às co-morbidades.


              Prof. Dra. Edna Paciência Vietta

                             Psicóloga Clínica 



10/25/2012

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade



O Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH) foi descrito pela primeira vez, em 1902, e já recebeu diversas denominações ao longo de todos esses anos. As mais conhecidas foram: Síndrome da criança Hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno hipercinético.
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como hiperativas, desligadas,”avoadas”, tumultuam a sala de aula , não se concentram na leitura, vivem no mundo da lua. Têm grandes dificuldades de fazer os deveres de casa sozinha, se distraem com facilidade, dão muito trabalho na escola, fazendo desses momentos  verdadeiras batalhas entre mãe e filho. .No entanto, quando estão fazendo algo que é do seu interesse, como ver TV, jogar videogame, etc., são capazes de ficar  hiperconcentradas, a ponto de não escutar quando são chamadas. Em geral são muito desorganizadas com seus pertences e na maneira como tentam fazer as coisas. Por isso estão freqüentemente perdendo objetos, como lápis, livros. Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e se não tratado freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a  vida..
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho.. São pessoas inquietas ( que só relaxam dormindo), nunca acabam o que começam, vivem  mudando de emprego, de interesses e atividades, não se detendo em  nenhuma. Apresentam dificuldades em avaliar seu próprio comportamento e o quanto isto afeta os demais à sua volta. A pessoa deve apresentar essas características constantemente, como um padrão de comportamento são “egoístas”, sempre voltados para si mesmo. Quem convive com essas pessoas costumam dizer que elas sempre se comportaram assim
Para confirmação deste diagnóstico é imprescindível a avaliação de especialistas.
Para se falar em Déficit de Atenção é necessário  que esses sintomas tenham aparecido desde a infância. Quer dizer, se alguém passou a apresentar essas características depois de adolescente ou adulto, não se trata de Déficit de Atenção, mas provavelmente de algum outro transtorno.
No adulto, o tratamento medicamentoso associado à abordagem psicoterápica cognitivo-comportamental ajuda a controlar o transtorno.
Na criança, o tratamento é mais complexo e envolve freqüentemente equipe multidisciplinar com aplicação de medidas pedagógicas e comportamentais.
A história de vida dos adultos é marcada por insucessos acumulados ao longo dos anos. Mau desempenho na escola, repetência, suspensões, problemas no trabalho e na organização das atividades, dificuldade na escolha da profissão, conflitos conjugais, separação. A longo prazo,  gera  sentimentos de fracasso, baixa auto-estima e dificuldades para lidar com situações emocionais
É típico do TDAH estar associado a outras doenças. Nas crianças, além da ansiedade, aparecem os transtornos de conduta que não decorrem só da distração. São comuns as dificuldades de aprendizado específicas como dislexia (dificuldade para compreender o que lê), disgrafia (dificuldade para escrever), discalculia (dificuldade para fazer cálculos).
Nos adolescentes, o problema maior é a tendência ao abuso de drogas. Não existe uma explicação clara para o fato. Os estudos mostram, porém, que a partir da adolescência o uso de drogas nos portadores de TDAH é mais freqüente se comparados com os indivíduos sadios.
Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica

6/22/2012




                     Psicóloga Clínica/ Ribeirão Preto
                    Profa.Dra. Edna Paciência Vietta

                                                    CRP-06/65132

                 Psicóloga Cognitivo-comportamental

                                Formada pela FFCLRP-USP

                                    vietta@netsite.com.br

                    http://www.itbcr.com/profissional/viettaed23729.shtml
As crenças que temos sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre o futuro, determinam o modo como nos sentimos: o que e como as pessoas pensam afeta profundamente o seu bem-estar emocional “( Beck e Kuyken, 2003)

                             Psicoterapia Breve-Cognitivo-Comportamental;

                                     Individual e de Casal 


Transtornos de Ansiedade; Fobia Social, Transtorno Obsessivo-compulsivo, Pânico,Tricotilomania, Compulsões, TDAH ( Adolescentes e adultos); Depressão Transtorno Bipolar e outros Transtornos. Atendimentos: Terapia Individual e de casal (homo e heterossexual), Adolescentes (a partir de 16 anos); Adultos.



A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi desenvolvida, aprimorada e extensamente difundida na Europa e nos Estados Unidos nos últimos vinte anos. É caracterizada por ser muito bem estruturada, orientada ao momento presente, direcionada à resolução de problemas atuais e à modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Achados clínicos conduzidos através de vários estudos muito bem controlados, apóiam a eficácia desta forma de tratamento. Atualmente esta forma de psicoterapia vem se impondo como o principal e mais eficaz tratamento psicológico para os transtornos emocionais.

                ndereço: Rua Olavo Bilac, 805 - Vila Seixas
                            Ribeirão Preto - Brasil
                     Telefone: 55 (16) 3964 6692

4/26/2012



O TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Nem sempre é um transtorno benigno. Isoladamente ou associado a outros distúrbios (o que é mais regra que exceção) é um fator altamente predisponente para fracasso nos estudos, dificuldades nos relacionamentos, propensão a acidentes e ao uso de drogas, desempenho profissional abaixo das reais capacidades da pessoa, além de aumentar a predisposição para diversos outros transtornos psiquiátricos.

É uma das principais causas de fracasso e conseqüente abandono escolar.

É o transtorno mais comum em ambulatórios de saúde mental de crianças.

Em ambulatórios de adultos estimativas recentes acreditam que de cada 5 pessoas em tratamento para os mais variados transtornos psiquiátricos, uma apresenta TDA/H ao lado do outro distúrbio.

4/21/2012



                                     

Finitude: ser-para-morte


“O Homem é um ser que leva o cadáver nas costas a vida inteira, pois sabe mais do que deve e menos do que precisa”. Luiz Felipe Pondé

O Homem é o único ser sobre a terra que tem consciência de sua finitude, o único, a saber, que sua passagem neste mundo é transitória e deve terminar um dia.

A Morte enquanto fenômeno psicossocial é altamente dinâmica e responsiva às mudanças no espírito do tempo, assumindo diversas representações coletivas nas sociedades ocidentais ao longo da história, conforme nos atesta a ampla documentação efetuada por Ariès, (1977).

O tema da Morte trás em si um conteúdo psicológico e emocional extenso e difícil de ser abordado de forma breve, não podendo deixar de fora os tópicos mais importantes. A Ansiedade, a Angústia, a Impotência e a Solidão com todos seus sintomas e sensações (perdas, raiva, dúvidas, expectativas, apreensões, sentimento de abandono, inseguranças, vazio existencial, etc.).

Psicanaliticamente, a morte iminente está fortemente vinculada à castração, pois ela subtrai sua possibilidade de vida. A angústia de castração é decorrente do medo de ser separado de algo extremamente valioso para o indivíduo. Porém, a experiência da morte representa a "castração por excelência", pois é irreversível e incapaz de ser compensada através de substitutos. O EU permanece absolutamente vulnerável e indefeso perante a morte.

Cada um de nós traz dentro de si sua representação ou interpretação da morte. Sendo assim damos a ela simbolismos, qualidades e formas diversas. Dependendo desta representação é que o homem enfrentará sua própria morte.
Em nossa prática clínica sentimos que a vivência da proximidade da morte, real ou imaginária, própria ou de entes queridos são as situações mais difíceis de serem elaboradas em psicoterapia. Percebe-se que esta condição humana de impacto com a Finitude vai se tornando presente na mente e no coração dos pacientes, pela associação com a própria possibilidade de separação paciente - analista. O sofrimento pela separação, sobretudo, no final de uma terapia, por alta ou interrupção, são momentos propícios para análise da postura do paciente em relação à morte, traduzidos por culpa, fuga, negação, resistência, regressão, rejeição ou aceitação, etc.
A morte é uma constante ameaça. É impossível compreendê-la ou mesmo aceitá-la com tranqüilidade. É, segundo Filósofos, Teólogos e Psicólogos, a maior Angústia do ser humano.
Para grande maioria das pessoas a morte é interpretada como, ruptura, desintegração, situação limite, desespero. No entanto, há quem a veja com certo fascínio (as grandes produções cinematográficas), uma grande viagem (produto de obras literárias), descanso ou alívio (no caso do sofrimento e da dor).
Em uma sociedade bastante ocupada em descobrir fórmulas de rejuvenescimento e em prolongar a juventude e a beleza, parece claro que não há muito espaço para conversar sobre a morte. A morte traz a dura realidade da limitação biológica: tudo possui um ciclo e o findar é parte desse ciclo.
Teoricamente a morte é um dos elementos integrantes do ciclo da vida. O indivíduo nasce, cresce, reproduz, envelhece e morre. Esse ciclo, até o envelhecimento, para a maioria das pessoas é considerado natural e aceitável, sendo o processo de morte e morrer temido e adiado.
Foram muitos os biólogos, psicólogos, filósofos, teólogos e antropólogos a investigar sobre este assunto no decorrer da história. De fato, a morte se mostra em diversos olhares. Trata-se de uma pré-ocupação fundamentalmente humana. Na perspectiva organicista, ela pode ser vista como um processo natural e inevitável, ligada a uma programação genética específica para cada espécie de ser vivo em particular. O ser humano é percebido como um material orgânico e, assim sendo, possui um “prazo de validade”. No entanto, este entendimento puramente biológico sobre a morte não parece ser suficiente para o ser humano que busca compreendê-la a partir de suposições que vão aquém e além da sua dimensão física. 
Segundo Fiefel e Nagy (1981), nenhum ser humano está livre do medo da morte, e todos os medos que temos estão de alguma forma, relacionados a ele.
Enquanto a morte não vem, o medo, enquanto defesa nos faz mergulhar em ocupações, em atividades, trabalho, lazer, falações, contendas para não termos que nos preocupar com ela. Fugimos ou negamos, fazemos de conta que não nos diz respeito.
Não obstante, a morte trás em si, a dimensão do tempo que nos dá a dimensão da finitude, revelando nossa condição de ser-para-morte,
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
              Psicóloga Clínica 

4/20/2012


                                             

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL




“As crenças que temos sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre o futuro, determinam o modo como nos sentimos: o que e como as pessoas pensam afeta profundamente o seu bem-estar emocional “ ( Beck e Kuyken, 2003)
     A terapia cognitiva (TC) foi desenvolvida por Aaron Beck no início da década de 60, na Universidade da Pensilvânia, EUA. Beck tinha como objetivo investigar os mecanismos inconscientes propostos pela psicanálise para explicar o mecanismo da depressão, a partir de estudos empíricos e observações clínicas sistemáticas. Porém, resultados de suas investigações não se mostraram compatíveis com as pressuposições psicanalíticas, levando-o a buscar outros construtos que explicassem de forma satisfatória os dados empíricos observados.
   Beck observou que humor e comportamentos negativos eram usualmente resulta de pensamentos e crenças distorcidas e não de forças inconscientes até então sugeridas pela Teoria Freudiana, ou seja, a depressão podia ser compreendida como sendo decorrente das próprias cognições e esquemas cognitivos disfuncionais. Observou que pacientes com depressão acreditam e agem como se as coisas fossem piores do que realmente são.
    Utilizando-se da base empírica da teoria da melancolia de Freud, Beck desenvolveu estudos sobre a depressão e em 2006, descobriu que sua pesquisa invalidava conceitos psicanalíticos de depressão e que sintomas desta psicopatologia podiam ser melhor explicados através do exame dos pensamentos conscientes do paciente, no lugar de tentar trazer a tona (hipotéticos) desejos reprimidos e motivações inconscientes. A partir de então, desenvolveu um tratamento para depressão de modo a auxiliar os pacientes a solucionar seus problemas atuais, mudar seus comportamentos disfuncionais e responder de forma adaptativa a seus pensamentos disfuncionais.
    As descrições dos indivíduos sobre si mesmos e de suas experiências evidenciavam pensamentos e visões negativas de si mesmos, de suas experiências de vida, do mundo e do seu futuro. Beck deu a esses pensamentos o nome de “pensamento automático”, visto que não precisam ser motivados pelas pessoas para vir à tona. Esses pensamentos são o resultado da forma do indivíduo interpretar as situações do dia-a-dia, ou seja, o que fica “gravado” como importante não é o que está acontecendo de fato, mas a interpretação que o indivíduo dá para o fato. Tais visões demonstram distorções cognitivas da realidade. As terapias designadas de terapias cognitivo-comportamentais ou (TCC), denomina-se assim porque constituem a integração de conceitos e técnicas cognitivas e comportamentais.
    O modelo teórico cognitivo-comportamental considera a cognição como a chave para os transtornos psicológicos, pois a cognição é a função que envolve deduções (pensamentos) sobre a experiência singular do indivíduo e sobre a ocorrência e o controle de sua percepção dos eventos.
    Cognição é um termo amplo que se refere ao conteúdo dos pensamentos e aos processos envolvidos no ato de pensar. São aspectos da cognição as maneiras de perceber e processar as informações, os mecanismos e conteúdos de memórias e lembranças, estratégias e atitudes na resolução de problemas. A psicopatologia é resultante de significados mal adaptativos que o sujeito constrói em relação a si, ao contexto ambiental (experiência) e ao futuro (objetivos), que juntos formam a tríade cognitiva. Na ansiedade, a visão de si é vista como inadequada, o contexto é considerado perigoso e o futuro parece incerto. Já na depressão, os três componentes são interpretados negativamente.
    A terapia Cognitiva baseia-se no pressuposto teórico de que os afetos e os comportamentos de um indivíduo são determinados em grande medida pelo seu modo de estruturar o mundo. Isto quer dizer que a visão do mundo de uma pessoa, influencia a forma como ela pensa, sente e age.
   A Terapia Cognitiva propõe que nossas emoções e comportamentos não são simplesmente influenciados por eventos e acontecimentos e sim pela forma através da qual processamos, percebemos e atribuímos significados às situações. O homem é um ser em busca constante por significados e explicações. Quando pensamos, estamos também interpretando esta realidade e a nós mesmos. A Terapia Cognitiva busca basicamente intervir sobre as cognições para modificar emoções e comportamentos disfuncionais.
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica