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3/03/2013

O Equilíbrio está no meio termo


                                                      O Equilíbrio está no meio termo
                                   
“A principal  coisa na vida é não ter medo de ser humano” ( Pablo Casals)

O psiquiatra argentino Hugo Marietán define a pessoa perfeccionista como aquela que se esforça para melhorar o êxito de seu objetivo seguindo um padrão ideal. São pessoas que tendem dar importância exagerada a tudo e nunca se sentem satisfeitas. Ocupam-se mais do que necessário em pequenas tarefas e tendem a ficar com a sensação de que poderiam ter feito ainda melhor.
Se você for um perfeccionista, é provável que você  tenha aprendido cedo na vida que as pessoas  sempre a avaliariam pelo quanto você realizaria ou conseguisse. Em conseqüência disso, você pode ter aprendido a avaliar-se somente na base da aprovação das outras pessoas. Assim sua auto-estima pode estar sendo baseada primeiramente em padrões externos. Isto pode deixá-la vulnerável e excessivamente sensível às opiniões e as criticas dos outros. Na tentativa de  proteger-se de tal criticismo, você pode decidir que ser perfeito é sua única defesa.
O perfeccionismo ao qual nos referimos é aquele que nos desgasta, levando-nos a uma série de problemas em nível pessoal, conjugal, social, profissional, etc. está relacionado a arrogância e ao medo de errar, ou seja, para o perfeccionista tudo deve ser perfeito, ele não admite erro,  mudanças. Geralmente, defende sua posição analisando somente a dicotomia perfeição-displicência. É 8 ou 80. Sim ou não. Para o perfeccionista não tem meio termo. É tudo ou nada. Não raro, está mais preocupado em manter as aparências, em se mostrar superior. Nesta conotação o perfeccionista jamais admitirá que sua verdadeira preocupação seja com a opinião alheia, há um medo de que suas falhas sejam expostas, de que descubram que ele é tão normal quanto qualquer ser humano. O ideal é encontrar um equilíbrio.
Segundo Gordon L. Flett, professor de psicologia da York University e autor de diversos estudos a esse respeito, “É natural que as pessoas queiram ser perfeitas em algumas coisas, por exemplo, no trabalho. Para ser um bom editor ou cirurgião é importante não cometer erros”, “Mas você começa a enxergar problemas reais quando isso se generaliza para outras áreas da vida, ou seja, a vida familiar, a aparência, os hobbies.”
O perfeccionista espera que todos ao redor sejam perfeitos e se incomoda quando não consegue aplicar aos outros suas regras de disciplina.  À primeira vista o perfeccionismo parece ser algo positivo, pois ele pode ser usado como uma força propulsora para o bem.  As pessoas de seu convívio, muitas vezes, não conhecem suas expectativas, o que gera tensão com familiares, amigos e colegas, além de um grande sentimento de raiva.
Em geral, o perfeccionista é detalhista, meticuloso e caprichoso em suas ações.
A sociedade normalmente valoriza alguns traços comuns ao perfeccionista, como, por exemplo, a responsabilidade, a pontualidade, o esmero e assim por diante. No passado, o perfeccionismo era até visto como um aspecto positivo e acreditava-se que ele contribuiria para o sucesso profissional das pessoas. Contudo, o problema do perfeccionismo vem à tona quando o seu possuidor não atinge o alvo proposto para si mesmo. Além do mais, a busca do resultado perfeito pode interferir negativamente nas realizações profissionais do perfeccionista, pois se gasta tanto tempo em revisões que a produtividade fica comprometida.
O universo pessoal do perfeccionista pode ser tomado por frustrações contínuas, o que o conduz a um estado de tristeza, culpa e até mesmo autodesprezo.
Há dois tipos de perfeccionistas. O primeiro é o introspectivo, ou seja, aquele que apresenta pouca auto-estima e confiança própria e para quem qualquer erro equivale à desaprovação dos outros. O segundo é o extrospectivo, ou seja, aquele que não apresenta baixa auto-estima, porém, não confia nas habilidades ou capacidades dos outros ao seu redor. Logo, este segundo tipo não consegue delegar e exige sistematicamente das outras pessoas a perfeição que requer de si mesmo.
A busca da perfeição é diferente de ser perfeccionista. Estar sempre buscando melhorar é muito bom, mas admitir que somos imperfeitos é sermos humildade, é saber que podemos errar.
O Sábio Rei Salomão disse “não sejais demasiadamente sábio; porque te destruirias a ti mesmo? Ecl7:16. Em psicologia a verdade, ou, o equilíbrio está no meio termo.
Profa Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica

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