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4/30/2013

Equilíbrio emocional: a chave para o sucesso


                                     
                            
                                   Equilíbrio emocional: a chave para o sucesso.  
   
Sossego, tolerância, paciência, calma e confiança são condições sempre em falta naqueles que apresentam problemas e que procuram ajuda psicológica. Dificilmente um paciente que procura ajuda emocional não reclama da falta que estas condições lhe causam no relacionamento familiar, profissional e social. “As queixas constantes são manifestadas por frases do tipo: “Não consigo tolerar meu marido”. “Não suporto trabalhar com o meu chefe”, “não tenho paciência com meu filho”; “Vivo estressado”, “Não tenho paciência com minha sogra”. “Estou prestes a perder meu emprego por falta de controle”.
Embora se coloquem como a causa e admitam a falta dessas virtudes, acreditam que o problema está sempre no outro, no marido, no filho, no chefe, na sogra, no vizinho, enfim, fora dela, nas coisas, pessoas ou situações. É lógico que o problema pode estar também na forma de reagir e se comportar do outro, mas é preciso refletir o que em nós produz a reação no outro. Na verdade, nossa paz interior depende primeiramente do conhecimento que temos dos nossos próprios valores, crenças, sentimentos e emoções, ou seja, da relação do sujeito com ele mesmo.
Equilíbrio emocional, tolerância, bom senso, nos levam a melhor entendimento. Agir com calma é agir com sabedoria. Tolerância sem bom senso pode ser um risco.
Segundo Leonardo Boff “Tudo tem limites, também a tolerância, pois nem tudo vale neste mundo... Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa, insensibilidade ética ou comodismo”.
É preciso avaliar com inteligência quando uma situação pede intervenção imediata e firmeza ou, quando uma situação pode ser resolvida de maneira mais serena e tranqüila. Isto não quer dizer que devemos estar sempre em posição estável ou indiferente diante de circunstâncias desfavoráveis ou adversas, que o melhor é permanecermos na zona de conforto. Não significa que devemos nos conformar com tudo em nome da tolerância e paciência..
Por outro lado, a conseqüência da falta de calma é uma mente agitada, ansiosa, inquieta. É lógico que, às vezes, temos que agir rápido para darmos conta de responsabilidades ou até mesmo para salvar vidas, mas agir com rapidez não é o mesmo que agir com pressa. A rapidez é ágil, a pressa é afobação, precipitação.
A Bíblia, diz em Isaías 30: 15 “.. na quietude e confiança reside vossa força...”.
 É na quietude e na calma interior que conhecemos as grandes verdades da vida.
A grande verdade é que o equilíbrio emocional é extremamente importante para tomarmos decisões acertadas na nossa vida. O nosso equilíbrio emocional dependente do conhecimento que temos dos nossos estados internos e da influência que estes têm sobre os nossos pensamentos, comportamentos e atitudes. 
O homem pós-moderno tem sido estimulado emocionalmente mais do que qualquer outro da história humana, e em conseqüência disso, sua mente anda muito agitada e inquieta. O homem tem perdido a calma por muito pouco. Por motivos banais tem se tornado violento.
“A excitação constante do sistema nervoso tem produzido pessoas extremamente “apressadas”, “inquietas”, “intolerantes”, impacientes” e “ansiosas”.
A relação entre o equilíbrio emocional e o sucesso está em saber lidar com as emoções nos diversos âmbitos da vida: afetiva, social, familiar, profissional e até mesmo financeira.
Estudos desenvolvidos nas universidades de Harvard, de Stanford e na Fundação Carnegie revelam que “15% das razões pelas quais alguém conquista um emprego, mantêm-se nele ou consegue uma promoção é determinado pela sua qualificação técnica. Nos demais 85% dependem diretamente do equilíbrio emocional – da habilidade para comunicar-se e relacionar-se com os outros, de manter-se calmo, ter tolerância, segurança, etc.” Especialmente nas empresas em que o ambiente se caracteriza por pressão e resultados, competitividade, convivência com diversidade e segurança, torna-se imprescindível saber administrar emoções.
Manter o controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo, consiste basicamente em saber lidar com as emoções. É enfrentar com tolerância os erros alheios e superar fatos imprevistos e/ou indesejáveis. É suportar as dificuldades de toda ordem e não perder a capacidade de confrontá-las e resolvê-las com sabedoria e tranquilidade. É a capacidade de ser perseverante, saber esperar o momento certo para tomar decisões, saber administrar a ansiedade, buscando o controle, o equilíbrio e a paz interior.

Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
             Psicóloga Clínica


                   

4/21/2013

Estresse: na perspectiva do mundo Pós-moderno


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                                                      Estresse: na perspectiva do mundo pós-moderno.

  O ser humano sempre teve que assegurar sua própria sobrevivência, lutando ou fugindo dos perigos iminentes. Nos primórdios da humanidade o ser humano lutava contra os predadores e os perigos provocados por eventos da natureza: tempestades, furacões, e outros acontecimentos imprevistos.  Na vida moderna nossa sobrevivência continua sendo uma luta diária.
 O mundo muda ao longo dos séculos, embora semelhantes, as causas do estresse continuam as mesmas, persistindo como condição de enfrentamento intrínseco e natural da humanidade. O bombardeio de informações, a violência urbana, as drogas, as desigualdades sociais, as doenças, os conflitos, as guerras, tudo leva ao universo do estresse. Até bem pouco tempo, a humanidade vivia sem o recurso do fax, do telefone celular, do computador, da internet. De repente, o homem se dá conta das transformações ocorridas e se surpreende a cada dia, tendo que se adaptar às novas condições de vida. Há uma maior exigência interna e externa para a adaptação do ser humano às condições da vida atual.
A necessidade de conseguir mais dinheiro, atingir níveis de conforto e status social elevado, conquistar e manter-se num bom emprego, prover a família com bens materiais estimulado pela mídia, competir por melhores oportunidades profissionais, viver a maior parte do dia no trabalho e longe da família, alimentar-se de forma irregular e desequilibrada são apenas alguns fatores que certamente colaboram para o estresse no mundo contemporâneo.
A evolução tecnológica e científica mudou também o estilo de vida do homem moderno, impondo-lhe novas atitudes e comportamentos. Difícil é saber até que ponto e, em que sentido esta evolução contribuiu para melhorar ou piorar a qualidade de vida do homem na terra, embora se cogite que, dificuldades ou aspectos negativos possam ocorrer por conta da forma como o homem se utiliza destas conquistas.
De outra perspectiva, sem nenhum pessimismo, mas numa visão crítica, sabe-se que o crescimento econômico, alicerçado no consumismo e na competição desenfreada gerou muitas frustrações, fracassos, mal-estar social, vazio existencial, enquanto o sofrimento humano gerou na pós-modernidade novas formas de patologias psíquicas de âmbito mundial; a Anorexia Nervosa, a Bulimia, as Fobias, o Pânico, Alzheimer, só para citar algumas. A compulsão por compras, por exemplo, tornou-se uma forma de completude entre a ameaça do esvaziamento interior, a falta de sentido de vida, a angústia, a depressão, enquanto a competição gerou insegurança, medos, fobias, dependências, alcoolismo.
A sobrecarga de agentes estressores pode ser considerada importante fator para o mal-estar da civilização moderna. Essa sobrecarga é um estado no qual as exigências do ambiente excedem às nossas capacidades de adaptação. Acresce-se ainda, a urgência de tempo para execução de tarefas, responsabilidades e preocupações excessivas além dos problemas do dia-a-dia, também assoberbados pela vida moderna. Estes últimos, relacionados à falta de segurança e estabilidade, com repercussão nas relações familiares, educação dos filhos (preocupação com violência e drogas) e a falta de descanso e lazer. A falta de estímulo, o sentimento de inutilidade, a falta de sentido de vida, a solidão, o isolamento, a rotina, também podem resultar em estresse.
O estresse não se manifesta com a mesma intensidade para todas as pessoas, ele se instala com manifestações que podem variar de leves, moderadas ou intensas, dependendo do tipo, intensidade, freqüência da exposição ao fator estressante e das diferenças individuais.
Para que um evento se torne estressante é necessário que o mesmo, seja percebido como tal. Assim, o modo de ser de uma pessoa, seu estilo de vida, suas crenças e valores, seus hábitos, sua personalidade, interferem na eclosão e intensidade do estresse.
Dependendo da intensidade, o estresse pode causar grande sofrimento e provocar desgaste físico e mental, deterioração e envelhecimento precoce, interferir na imunidade do organismo predispondo-o a doenças ou agravando condições de enfermidades já instaladas.
Perturbações psicossomáticas, desencadeadas nestas condições como, enxaqueca, fibromialgia, hipertensão essencial, úlcera duodenal, obesidade, artrite reumatóide, doença coronariana, e outros sintomas como: diarréia, taquicardia, falta de ar, cansaço, insônia, dificuldades de concentração, dificuldades sexuais, podem ser consideradas como produtos deste fantasma do mundo moderno, quando avaliações médicas criteriosas e exames clínicos, não forem suficientes para determinar sua etiologia.
                          Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
                                      Psicóloga Clínica

4/06/2013

Maconha: uma droga nada inocente




   


                                       Maconha uma droga nada inocente

O abuso das drogas vem aumentando significantemente desde a metade do século XIX, causando grande mal à humanidade. Várias são as razões que explicam este fenômeno: fácil acesso às drogas, expansão das comunicações, fatores socioeconômicos, migração, rápida urbanização e mudanças de atitudes e valores na sociedade (Vilela, 2011).
Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de alterar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento. Uma droga não é por si só boa ou má. Existem substâncias que são usadas com a finalidade de produzir efeitos benéficos, como tratamento de doenças, e são consideradas medicamentos (SENAD, 2011).
Drogas Lícitas: são aquelas comercializadas de forma legal, podendo ou não estar submetidas a algum tipo de restrição. Como por exemplo, álcool (proibido para menores de 18 anos) e alguns medicamentos que só podem ser adquiridos por meio de prescrição médica especial.
Drogas Ilícitas é qualquer substância proibida por lei. O consumo de drogas ilícitas vem crescendo absurdamente nos últimos anos e tornou-se motivo de preocupação constante da sociedade brasileira.
A adolescência é um período marcado por inúmeras transformações e conquistas importantes. No entanto, fatores como o uso de drogas podem transformar o adolescente em um adulto problemático com seqüelas irreversíveis para o desenvolvimento de sua vida futura. O consumo de drogas nesta fase pode trazer sérias conseqüências físicas e/ou psíquicas para o desenvolvimento, como déficits cognitivos, problemas físicos, envolvimento em acidentes e infrações, dificuldades nos estudos, permanência no emprego, ociosidade, etc.
Segundo Silva e Matos (2004), a falta de relações afetivas genuínas e de apoio familiar, a pressão do grupo, a violência doméstica, familiares dependentes químicos, baixa autoestima. Acrescentaríamos nesta lista: o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção), TB (Transtorno de Humor Bipolar) como fatores de risco para uso e dependência de substâncias. Inúmeros outros fatores podem ter influências.
A droga mais popular e presente no universo adolescente é a maconha. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) revela que 01 em cada 10 adolescentes que usa maconha é dependente e mais de 60% dos usuários experimentou a substância antes de 18 anos.
A maconha não é uma droga inocente como muitos jovens imaginam, ela é um alucinógeno, uma droga psicoativa perturbadora do sistema nervoso central. Um gatilho para o desenvolvimento de psicopatologias psiquiátricas como Esquizofrenia Transtorno Bipolar, Fobia Social, Pânico, etc.
A maconha vem sendo usada inadvertidamente há séculos, em função principalmente de suas propriedades sedativas e da capacidade de induzir sensações de bem-estar, relaxamento. Uma série de estudos indica que a potência negativa desta droga vem aumentando e, com isso, causando maiores prejuízos à saúde mental daqueles que a consomem (UNODC, 2012).
 A maconha é a substância proibida por lei mais usada em nosso país. Cerca de 1,5 milhões de adolescentes e adultos usam maconha diariamente no Brasil. O dado faz parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD).
Estudo apresentado em 2012, pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 3,4 milhões de pessoas entre 18 e 59 anos usaram a droga no último ano e 8 milhões já experimentaram maconha. Estes dados parecem sugerir que a disponibilidade da maconha esteja crescendo, inclusive entre os jovens, que vem utilizando esta substância de forma compulsiva, não obstante seus efeitos nocivos à saúde.
A forma mais comum de consumo de maconha é o fumo. Eventualmente, pode ser misturada a chás e alimentos, misturados com tabaco, cocaína ou crack.
Fumar maconha produz mudanças bastante rápidas no humor, percepção de tempo, memória e outros aspectos da função cerebral. Os efeitos mais desejados por seus usuários são: sensação de euforia, relaxamento e bem-estar geral. (Washton & Zweben, 2009). No entanto, nem todos os efeitos da maconha são agradáveis. Ansiedade, apatia, comer compulsivo (larica), embotamento, sonolência, disforia, isolamento, persecutoriedade, só para citar alguns, são os efeitos indesejáveis mais comuns. Sintomas psicóticos, paranóia, delírios e alucinações, também podem ocorrer com o uso de altas doses (Figlie et al. 2010). Tenho observado na clínica que a maconha, (embora se negue) vicia sim, além de ser uma porta para uso de outras drogas mais pesadas. 

                Profa Dra Edna Paciência Vietta
                            Psicóloga Clínica

3/03/2013

O Equilíbrio está no meio termo


                                                      O Equilíbrio está no meio termo
                                   
“A principal  coisa na vida é não ter medo de ser humano” ( Pablo Casals)

O psiquiatra argentino Hugo Marietán define a pessoa perfeccionista como aquela que se esforça para melhorar o êxito de seu objetivo seguindo um padrão ideal. São pessoas que tendem dar importância exagerada a tudo e nunca se sentem satisfeitas. Ocupam-se mais do que necessário em pequenas tarefas e tendem a ficar com a sensação de que poderiam ter feito ainda melhor.
Se você for um perfeccionista, é provável que você  tenha aprendido cedo na vida que as pessoas  sempre a avaliariam pelo quanto você realizaria ou conseguisse. Em conseqüência disso, você pode ter aprendido a avaliar-se somente na base da aprovação das outras pessoas. Assim sua auto-estima pode estar sendo baseada primeiramente em padrões externos. Isto pode deixá-la vulnerável e excessivamente sensível às opiniões e as criticas dos outros. Na tentativa de  proteger-se de tal criticismo, você pode decidir que ser perfeito é sua única defesa.
O perfeccionismo ao qual nos referimos é aquele que nos desgasta, levando-nos a uma série de problemas em nível pessoal, conjugal, social, profissional, etc. está relacionado a arrogância e ao medo de errar, ou seja, para o perfeccionista tudo deve ser perfeito, ele não admite erro,  mudanças. Geralmente, defende sua posição analisando somente a dicotomia perfeição-displicência. É 8 ou 80. Sim ou não. Para o perfeccionista não tem meio termo. É tudo ou nada. Não raro, está mais preocupado em manter as aparências, em se mostrar superior. Nesta conotação o perfeccionista jamais admitirá que sua verdadeira preocupação seja com a opinião alheia, há um medo de que suas falhas sejam expostas, de que descubram que ele é tão normal quanto qualquer ser humano. O ideal é encontrar um equilíbrio.
Segundo Gordon L. Flett, professor de psicologia da York University e autor de diversos estudos a esse respeito, “É natural que as pessoas queiram ser perfeitas em algumas coisas, por exemplo, no trabalho. Para ser um bom editor ou cirurgião é importante não cometer erros”, “Mas você começa a enxergar problemas reais quando isso se generaliza para outras áreas da vida, ou seja, a vida familiar, a aparência, os hobbies.”
O perfeccionista espera que todos ao redor sejam perfeitos e se incomoda quando não consegue aplicar aos outros suas regras de disciplina.  À primeira vista o perfeccionismo parece ser algo positivo, pois ele pode ser usado como uma força propulsora para o bem.  As pessoas de seu convívio, muitas vezes, não conhecem suas expectativas, o que gera tensão com familiares, amigos e colegas, além de um grande sentimento de raiva.
Em geral, o perfeccionista é detalhista, meticuloso e caprichoso em suas ações.
A sociedade normalmente valoriza alguns traços comuns ao perfeccionista, como, por exemplo, a responsabilidade, a pontualidade, o esmero e assim por diante. No passado, o perfeccionismo era até visto como um aspecto positivo e acreditava-se que ele contribuiria para o sucesso profissional das pessoas. Contudo, o problema do perfeccionismo vem à tona quando o seu possuidor não atinge o alvo proposto para si mesmo. Além do mais, a busca do resultado perfeito pode interferir negativamente nas realizações profissionais do perfeccionista, pois se gasta tanto tempo em revisões que a produtividade fica comprometida.
O universo pessoal do perfeccionista pode ser tomado por frustrações contínuas, o que o conduz a um estado de tristeza, culpa e até mesmo autodesprezo.
Há dois tipos de perfeccionistas. O primeiro é o introspectivo, ou seja, aquele que apresenta pouca auto-estima e confiança própria e para quem qualquer erro equivale à desaprovação dos outros. O segundo é o extrospectivo, ou seja, aquele que não apresenta baixa auto-estima, porém, não confia nas habilidades ou capacidades dos outros ao seu redor. Logo, este segundo tipo não consegue delegar e exige sistematicamente das outras pessoas a perfeição que requer de si mesmo.
A busca da perfeição é diferente de ser perfeccionista. Estar sempre buscando melhorar é muito bom, mas admitir que somos imperfeitos é sermos humildade, é saber que podemos errar.
O Sábio Rei Salomão disse “não sejais demasiadamente sábio; porque te destruirias a ti mesmo? Ecl7:16. Em psicologia a verdade, ou, o equilíbrio está no meio termo.
Profa Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica

3/02/2013

Compulsão Alimentar periódica (TCAP)


                            Compulsão alimentar periódica (TCAP). 
                                         
                                                                                                            
Compulsões ou comportamentos compulsivos são hábitos aprendidos, que surgem por carência, frustração ou pela necessidade imperativa de gratificação emocional (alegria, satisfação, prazer, etc.) São hábitos que com o tempo tornam-se automáticos, ou seja, a gratificação que segue ao ato compulsivo, seja ela de prazer ou alívio de tensões e ansiedade, reforça a pessoa a repeti-lo. O comportamento compulsivo se caracteriza por uma pressão interna que, em determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta impelida, tomada por desejo muito forte, a realizar uma ação que gera prazer momentâneo seguido por sentimento de culpa, arrependimento e mal-estar.
Na realidade a pessoa que sofre de compulsão alimentar periódica não come por estar com fome, mas por puro impulso. Este ataque de comer exageradamente é conhecido pelo termo “Binge eating”. A característica deste episódio é a
vontade de comer algo - comer muito rápido, exageradamente se necessário escondido até acabar a comida - se empanturrar - arrepender - sentir raiva de si mesmo - se deprimir...
No caso da compulsão alimentar periódica a pessoa não tem controle, come vorazmente, sente-se arrependida, mas não se utiliza de recursos como vomitar (depois de comer muito), usar laxantes ou praticar exercícios físicos para perder calorias.
Trata-se de um comportamento incontrolável que leva os pacientes a ingerir quantidades exageradas de alimentos em um curto espaço de tempo. No entanto, para ser diagnosticada como uma síndrome o ataques de comer (Binge eating) deve ocorrer com uma freqüência mínima de duas vezes por semana.
As pessoas com este transtorno apresentam freqüentes crises, durante as quais sentem que não podem parar de comer. Comem depressa e às escondidas, ou não deixam de comer o dia todo. Apesar desses pacientes se sentirem culpados e envergonhados por sua falta de controle, eles não apresentam atitudes compensatórias e compulsivas (vômito, laxantes...) típicas dos pacientes com Bulimia. Normalmente eles têm um histórico completo de fracassos em diversas dietas e regimes para emagrecimento. Normalmente são pessoas depressivas e obesas.
O “Binge eating” é muito semelhante a outros transtornos alimentares como a Bulimia, sendo, muitas vezes, confundido com esta, por leigos e pelo senso comum. Porém a grande diferença entre ambas é o fato que na bulimia os pacientes têm necessidade de vomitar depois de ter comido bastante. A conseqüência disso é a facilidade e a rapidez de ganhar peso, e conseqüentemente, todos os problemas associados à obesidade.
Durante os ataques de “Binge eating”, o compulsivo chega a ingerir até dez mil calorias em uma única refeição, tem preferência por guloseimas e se não tiver, come quaisquer coisas: uma lata de leite condensado, feijão gelado com queijo, lasanha gelada e tudo que estiver ao seu alcance.
O assalto à geladeira durante a noite, também é característica da compulsão alimentar, um problema que atinge até 4% da população geral e 6% dos obesos – podendo alcançar metade dos indivíduos mórbidos, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria.
Não se sabe ainda se esta é uma nova doença alimentar ou apenas um sintoma que pode estar associado a algum outro transtorno alimentar ou a outras patologias emocionais, como depressão atípica, ansiedade, transtorno do controle dos impulsos ou algum dos transtornos do espectro impulsivo-compulsivo.
De qualquer forma o fenômeno merece toda consideração, já que aparece em aproximadamente 2% da população geral e, particularmente, em cerca de 30% dos obesos que procuram tratamento médico.
O estresse é um fator que pode levar ao aumento das compulsões alimentares. Durante situações estressantes, o cortisol é liberado estimulando a ingestão de alimentos e o aumento do peso (Gluck, 2001).
Como na maioria dos casos, a compulsão alimentar está associada à condição psicológica, os tratamentos indicados são acompanhamento psicológico, aconselhamento dietético e, se necessário, psiquiátrico e medicamentoso, voltados para o controle da ansiedade. Alguns antidepressivos têm sido utilizados no tratamento da compulsão alimentar como inibidores seletivos da recaptação da Serotonina. Todavia, o tratamento não pode ser resumido à medicação, já que, pensar o tratamento nesses casos é um movimento multidisciplinar, onde os esforços se unem no sentido de melhorar a relação que o indivíduo tem com o alimento e as formas que encontra de lidar com as frustrações e ansiedades.
            Profa Dra. Edna Paciência Vietta
               Psicóloga Clínica

2/24/2013

Hoarding ou Síndrome de Diógenes


Hoarding ou Síndrome de Diógenes



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                  “Guardiache cosa fa schifo è che dovete”
“Quem guarda o que não presta, tem o que não precisa”
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A princípio, não há nada de errado em se colecionar ou guardar objetos, a não ser que o acúmulo passe a ser tal que se torne algo inconveniente, impróprio e incomodo por apresentar problemas de espaço, de acesso, de organização e higiene às pessoas.




Colecionar pode ser uma atividade interessante, um hobby. Nesse tipo de atividade o objetivo a ser alcançado é o de ampliar suas coleções (selos, carros, canetas, etc.). Colecionadores se utilizam desta atividade para interagirem entre si e trocarem informações o objeto de seu interesse. É, também, uma forma prazerosa de competir e exibir publicamente e com orgulho seus espécimes raros. Neste caso, nada há de prejudicial, que possa necessitar da intervenção de especialistas do comportamento.

No entanto, quando em excesso, em exagero e descontrolado vira mania (mania de guardar objetos inúteis), e a prática do colecionismo passa a ser um sintoma de Transtorno mental associado ao transtorno do Obsessivo-compulsivo e à depressão.

Antropólogos dizem não haver vida, nem histórias, isentas de objetos. Objetos são elementos mais simbólicos do que funcionais. Eles são carregados de valor afetivo. Não se trata simplesmente de possuir coisas, mas principalmente de guardar as memórias que esses objetos representam. Daí a existência de museus, as coleções de selo, carros, moedas, e até de pilhas de revistas no canto da estante. Muitos dos acervos de obras de arte expostas ao público resultam do colecionismo de pessoas abastadas.

Enquanto sintoma, o colecionismo refere-se a um padrão de comportamento caracterizado pelo acúmulo de objetos com questionável valor utilitário ou material, associado à intensa dificuldade para fazer o descarte, resultando ao longo do tempo, em prejuízo da qualidade de vida do indivíduo.

O transtorno não deve ser diagnosticado como tal se os itens são colecionados exclusivamente como hobby, ou se o comportamento não resultar em um ambiente doméstico bagunçado ou não causar sofrimento ou comprometimento significativos.

Quando identificado como sintomas ou síndrome (conjunto de sintomas) especialistas afirmam trata-se de uma perturbação definida por três características principais: coleção obsessiva de bens ou objetos que parecem inúteis para a maioria das pessoas, incapacidade de se livrar de qualquer um dos objetos ou bens recolhidos e um estado de aflição ou de perigo de falta permanente.

Nesses casos, a acumulação compulsiva — é também chamada de disposofobia e consiste na aquisição ou acumulo ilimitado de quinquilharias que já foram colocados no lixo. As pessoas que sofrem desta perturbação, na maioria idosa, (embora também acometa pessoas mais jovens, ou de bom nível econômico e intelectual) acumulam tudo o que podem para mais tarde (quem sabe?) solucionar uma “eventual emergência”. Além disso, são incapazes de descartar objetos ou bens mesmo quando eles são inúteis, perigosos ou insalubres. Essas pessoas perdem a noção de organização e higiene e a falta de noção em jogar fora coisas desnecessárias e grande apego por elas.

Em casos graves, o ambiente onde estas pessoas vivem, torna-se intransitável, entulhadas de lixo e sujeira, portas e janelas bloqueadas por objetos e papéis empilhados com riscos de incêndio e infestação de vermes, excrementos e detritos de animais de estimação.

A acumulação compulsiva ficou conhecida como Síndrome de Miséria Senil ou Síndrome de Diógenes, em referência ao filósofo grego, Diógenes de Sinope — que vivia como mendigo, dormia num barril e recolhia da rua inúmeros objetos sem valor.

O acumulador compulsivo no seu extremo é, por vezes, apelidado de “colecionador de lixo”, uma vez que reúne objetos que produzem maus cheiros, atraindo insetos e roedores. Essas pessoas, também podem juntar livros, revistas, ferramentas, recipientes, metais, móveis, eletrodomésticos, entre outros materiais, correspondendo à imagem dos andarilhos que juntam todo o tipo de velharias.

Tal como a maior parte dos comportamentos obsessivos, a acumulação compulsiva começa de uma maneira lenta e desenvolve-se de uma forma progressiva. Quase nunca a solução é simples, isenta de conflitos, hesitação e recaídas. O apoio de especialistas e a orientação da família são fundamentais.
São criadas estratégias para iniciar o descarte, classificar o que deve ser mantido e o que pode ser vendido, reciclado, doado, ou jogado no lixo, sem hesitação. Define-se um limite para o quanto de cada item poderá ser mantido na casa, qual área deverá ser preservada para circulação e outros usos que não o armazenamento. O bloqueio do colecionismo é um projeto amplo, trabalhoso e vale cada minuto do esforço.

             Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
                 Psicóloga Ribeirão Preto

2/11/2013

Psicologia Positiva


                                           
                                                    
                                 Psicologia Positiva

psicologia Positiva é um movimento recente dentro da  Psicologia que visa fazer com que os psicólogos contemporâneos adotem "uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e capacidades humanas".
Surge em 1998, com Martin Seligman que veio alertar e demonstrar, através da investigação científica, que é fundamental estudar e conhecer as forças e virtudes humanas e o que contribui para as pessoas se sentirem felizes.
Permanecer sofrendo com os fatos passados, remoê-los dias após dias, ou procurar superá-los e encontrar possíveis soluções, motivação para o crescimento e alternativas para enfrentá-los? Para a Psicologia Positiva, desenvolvida pelo psicólogo americano Martin Seligman, apenas a segunda questão faz sentido.
Ao contrário da psicologia convencional, que se foca no estudo e tratamento de distúrbios como a depressão e ansiedade, o novo campo da psicologia positiva se propõe a focar mais nas forças que nas fraquezas. Busca promover mais as qualidades do viver do que reparar no que vai mal.
A Psicologia científica, por muitos anos, foi focada desproporcionalmente na patologia e na reparação do dano. Segundo esse autor, se faz necessário também a atenção aos aspectos sadios do desenvolvimento humano.
Essa abordagem focaliza a necessidade de avanços nos estudos relacionados aos fatores protetores, preventivos e de manutenção do desenvolvimento humano saudável. Tem importante papel na compreensão dos aspectos envolvidos no enfrentamento da doença, bem como, na manutenção da saúde, apontando a relevância do investimento científico na investigação dos fatores de proteção da saúde.
A Psicologia Positiva focaliza variáveis positivas, como, o otimismo, a espiritualidade, a criatividade, a imagem corporal associados ao bem-estar e à qualidade de vida de pessoas doentes e não-doentes e de seus cuidadores. (SILVA, 2006).
Para Paludo e Koller (2007), essa nova proposta científica objetiva melhorar a qualidade de vida das pessoas e ajudar a prevenir patologias. Assim, a Psicologia Positiva pretende contribuir para o florescimento do funcionamento saudável das pessoas, grupos e instituições, preocupando-se em fortalecer competências ao invés de apenas corrigir deficiências.
         A Psicologia Positiva não negligência os aspectos da Psicologia convencional, ao contrário, o seu objetivo não é negar o que é deficitário, o que produz sintomas e reações negativas, o que vai mal, o que está doente, ou o que é desagradável na vida. A Psicologia Positiva reconhece a existência do sofrimento humano, situações de risco e patologias.
A Psicologia Positiva não trabalha sobre os problemas das pessoas e como remediá-los, ela busca compreender a ciência e a anatomia do bem-estar, da felicidade, das experiências positivas, do otimismo e do altruísmo, ela aponta para uma visão de que a saúde psicológica é muito mais do que a ausência de sintomas.
Considera-se assim que, ao percebermos o funcionamento ótimo de um indivíduo, as suas forças, qualidades, talentos e virtudes, mais facilmente poderemos ajudar a superar obstáculos e a lidar com as adversidades inerentes à vida. Desta forma, a Psicologia Positiva considera que todo e qualquer ser humano, grupo ou instituição, tem recursos para florescer e viver de um modo mais gratificante.
Antes de o psicólogo propor está nova vertente da psicologia moderna, o paciente passava anos em processo terapêutico focado apenas nas experiências negativas de sua existência. Assim, ao invés de buscar a cura efetiva, ele continuava imerso em suas dores. O que Martim Seligman fez, foi apresentar aos pacientes os aspectos positivos de suas vivências e uma visão mais ampliada, de um mesmo evento.
Nesta abordagem, a Psicoterapia visa fortalecer os aspectos saudáveis e positivos dos indivíduos, (re)construir as virtudes e forças pessoais, ajudar os clientes a encontrarem recursos até então inexplorados e aumentar suas forças pessoais já existentes. Assim, modificar somente o que está ruim ou errado é apenas uma parte do trabalho da psicoterapia, sendo preciso, também, (re)construir e fortalecer o que está bom. A orientação positiva da terapia reconhece que os traços positivos e os comportamentos adaptativos servem como fatores protetores contra os estressores e as dificuldades futuras. Dessa forma, ao tomar conhecimento dos aspectos positivos, as pessoas possuem melhor capacidade para lidar com eventos difíceis, tornando-se, assim, agentes ativos na superação da vulnerabilidade e do risco


         Profa. Dra Edna Paciência Vietta
                   Psicóloga Clínica