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2/14/2012
2/12/2012
Psicoterapia
Breve: recurso eficiente e econômico.
Psicoterapia
é um processo de tratamento para problemas de ordem emocional ou mental que,
utiliza-se de abordagens psicológicas, propiciando condições favoráveis para o
autoconhecimento, facilitando a compreensão de possíveis influências do meio na
determinação de problemas e conflitos emocionais. É um procedimento de base
científica que visa ajudar a pessoa a captar recursos internos e externos para
solucionar problemas ou enfrentá-los de forma adequada e sadia. Nesse processo
que se estabelece na relação entre paciente e terapeuta o paciente tem
oportunidade de desenvolver uma real percepção de si mesmo, de seus
comportamentos, atitudes, pensamentos e sentimentos. É a oportunidade que a
pessoa tem de identificar e reconhecer seus defeitos, qualidades e
potencialidades e aprender a utilizá-los a seu favor. Nem sempre as pessoas
conseguem fazer essa auto-observação e sofrem por desconhecer as razões pelas
quais agem desta ou daquela maneira.
A
psicoterapia busca fornecer condições para que a pessoa, dentro de seu próprio
referencial (e não do terapeuta) apreenda suas reais características de
personalidade, potencialidades, dons, talentos, capacidades, preferências,
qualidades e limitações e as direcione de forma construtiva.
A
psicoterapia tem hoje, seu uso difundido e conta com várias linhas de abordagens
diferentes. As mais difundidas são as de base psicanalítica, que surgiram com
trabalhos de Sigmund Freud na virada do século XIX para século XX, com vários
seguidores e dissidentes como Adler, Melaine Klein, Bion, Lacan e outras, também
difundidas no Brasil como o Psicodrama, Psicologia Analítica de Jung, Análise
Existencial, com vários representantes, entre eles psiquiatras e
psicólogos.
Algumas psicoterapias já foram testadas dentro
de um modelo empírico, entre elas, a Psicoterapia Breve, a Terapia Interpessoal
e a Terapia Cognitivo-comportamental, estas última muito difundidas na
Europa.
A
vida moderna e o poder aquisitivo das pessoas demandam por serviços cada vez
mais eficientes e em tempo reduzido para resolução de problemas de qualquer
natureza. Limitações econômicas e pouca disponibilidade de tempo são fatores que
interferem de forma decisiva na hora de buscar ajuda psicoterápica. A perda de
valores vitais, a constante cobrança e exigências em termos de realização
humana, o baixo poder aquisitivo e alto custo de tratamentos especializados, têm
restringido certas práticas médicas e psicológicas a poucos privilegiados.
Adaptações
técnicas às atuais condições do mundo Pós- Moderno carecem cada vez mais de
especialistas nesta área, com conhecimentos profundos e consciência
social.
O
grande desafio do século XXI é a procura de soluções de problemas e conflitos
pessoais e sociais de forma adequada, eficiente, rápida e econômica.
A
Psicoterapia Breve é um desses recursos, pois visa atingir os problemas
emocionais mais prementes que possam ser solucionados em curto prazo. Sua
eficácia depende, sobretudo, da motivação do cliente e sua disposição em mudar.
Esta é a chave para se obter resultados positivos satisfatórios nesta abordagem.
A
Psicoterapia Breve trata-se de um modelo de terapia, com objetivos específicos.
Apesar do termo “breve” remeter à idéia de tratamento de curta duração, esse
tipo de terapia possui outras características, entre elas, a do estabelecimento
de um foco, ou seja, suas ações são voltadas para as queixas principais (motivos
da procura), estando centrada na superação de sintomas e vivências atuais e para
a solução de conflitos que se configuram como prioridades para o cliente. Outra
característica é que por conta da emergência/urgência e/ou importância do
problema focal há maior atividade do terapeuta (intervenção mais ativa) exigindo
do terapeuta a capacidade de associar o rigor da técnica ao referencial teórico.
Trata-se de técnica, com características próprias e não simplesmente
encurtamento do processo psicoterápico. Envolve o uso de técnicas focais e a
vivência de “experiências emocionais corretivas”, exigindo treino e experiência
específica por parte do terapeuta.
Por
“experiência emocional corretiva” se entende a possibilidade do cliente reviver
situações traumáticas do passado, sentimentos reprimidos, agora experimentados
na relação com o terapeuta, num contexto de segurança, aceitação e ausência de
censura. A partir desta interação o cliente pode chegar à reformulação,
reparação ou superação de seus conflitos.
Cabe
ao terapeuta o acompanhamento e avaliação da evolução do processo e, em casos de
necessidade de aprofundamento, seja por insuficiência de domínio das tensões ou
por opção do cliente em dar continuidade ao processo de autoconhecimento, a
reformulação das bases de atendimento e o preparo do cliente para etapas
consecutivas.
Profa. Dra. Edna
Paciência Vietta
Psicóloga
Sintomas do TDA/H em adultos
Sintomas do TDA/H em adultos
A existência da forma adulta do TDA/H foi oficialmente reconhecida apenas em 1980 pela Associação Psiquiátrica Americana. E, desde então inúmeros estudos têm demonstrado a presença do TDAH em adultos. Acredita-se que em torno de 60% das crianças com TDA/H mantêm o quadro na vida adulta, porém com sintomas em menor número. O TDA/H é uma disfunção crônica, herdada na grande maioria das vezes, daí sua presença desde a infância. Não surge na vida adulta, sempre esteve presente só não foi detectado ou adequadamente tratado. Na vida adulta suas manifestações são dificilmente diagnosticadas como TDAH, sendo muitas vezes tratado por seus sintomas de forma isolada como: distúrbios da ansiedade, depressão (distimia), irritabilidade, agitação, nervosismo, intolerância. Muitas vezes confundido com Transtorno Bipolar é de difícil diagnóstico dado suas comorbidades, freqüentemente presentes no TDAH adulto.
Os sintomas característicos TDAH em adultos são: dificuldade de organizar e planejar atividades do dia a dia, dificuldade em priorizar atividades. Tendem a ficar “estressados” quando se vêem sobrecarregados, assumem vários compromissos diferentes ao mesmo tempo, por não saberem por onde começar. Deixam trabalhos pela metade, interrompem o que estão fazendo para começar outra coisa, só voltando ao trabalho anterior bem mais tarde ou por vezes, se esquecendo de voltar a eles. Têm dificuldades para realizar tarefas sozinhos e precisam ser lembrados pelos outros de suas responsabilidades. Apresentam dificuldade em assistir uma palestra, ler um livro, sem que sua cabeça “viaje” para bem longe perdida, num turbilhão de pensamentos. Mostra dificuldades em manter a atenção no diálogo com as pessoas, parecendo não escutar o que os outros dizem ou ignorando o que diz seu interlocutor.
As características do déficit de controle dos impulsos em adultos com Distúrbio de Déficit de Atenção se apresentam da seguinte forma: agem por impulso em relação a compras, na tomada de decisões, em assuntos importantes, em rompimento de relacionamentos, por vezes, se arrependendo em seguida. Apresentam reações em curto-circuito, com rápidas e passageiras explosões de raiva, tipo "pavio curto", São hiper-sensíveis à provocações, críticas ou rejeição; são impacientes e têm grande dificuldade de esperar; mostram baixa tolerância à frustração e oscilação de humor.
As conseqüências existenciais do portador de Déficit de Atenção, principalmente em adultos, seriam: adiamento crônico de tarefas ou compromisso, ou seja, dificuldade de iniciativa ou atitude de procrastinação; alcoolismo e abuso de drogas; baixa auto-estima e um sentimento crônico de incapacidade, pessimismo; tempo excessivo na execução de algum trabalho, devido em parte ao sentimento de insuficiência; depressões freqüentes; difícil sociabilidade, dificuldade em manter relacionamentos duradouros; mau desempenho profissional, apesar de bom potencial; tendência a culpar as outras pessoas por suas dificuldades e erros.
O portador de TDAH tem dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e o quanto isto afeta os demais à sua volta, sendo por isso, muitas vezes, considerados “egoístas”. Na verdade necessitam de cuidados e tratamento.
São pessoas de bom nível intelectual, geralmente com alguns talentos significativos.
Profa.Dra.Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica
TDA/H - um transtorno e muitas comorbidades.
Nossa
experiência como psicoterapeuta tem nos mostrado que a maioria dos adultos
com características de TDA/H (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)
buscam ajuda na psicoterapia quando apresentam Transtornos de Ansiedade
(Fobia Social, Transtorno Obsessivo-compulsivo, Pânico, Depressão), Transtorno
Bipolar (transtorno de humor depressão e/ou euforia), alcoolismo, dependência
química, e outros quadros.
O TDA/H em
adultos tem sido visto como uma doença camuflada, devido ao fato de
os sintomas serem mascarados, ou seja, problemas caracterizados por comorbidades (presença simultânea de dois ou mais transtornos num mesmo
período de tempo).
Os sintomas principais do TDA/H, como desatenção, impulsividade e hiperatividade, aparecem na infância (ao redor dos 7 anos) e causam prejuizos para o desempenho da criança como um todo. Nos adultos, os sinomas se ocultam, geralmente, por trás de problemas de relacionamento interpessoais, desorganização, falta de motivação, postergação de aividades, oscilação de humor, abuso de substâncias químicas, automedicação, dificuldades no trabalho e outros problemas emocionais.
Os sintomas principais do TDA/H, como desatenção, impulsividade e hiperatividade, aparecem na infância (ao redor dos 7 anos) e causam prejuizos para o desempenho da criança como um todo. Nos adultos, os sinomas se ocultam, geralmente, por trás de problemas de relacionamento interpessoais, desorganização, falta de motivação, postergação de aividades, oscilação de humor, abuso de substâncias químicas, automedicação, dificuldades no trabalho e outros problemas emocionais.
Estudos
demonstram que o portador de TDA/H apresenta o distúrbio desde a
infância, ou seja, o distúrbio esteve
sempre presente, persistindo na vida adulta com comprometimento
significativo na vida acadêmica, profissional, conjugal, familiar e social.
As
queixas apresentadas pelo portador de TDA/H estão geralmente impregnadas de
fatos e acontecimentos que nada mais são que prejuízos ou conseqüências
advindas do fato de o transtorno não ter sido tratado na infância. Essas queixas
se manifestam através de crises conjugais, divórcios, dificuldades em se fixar
no emprego, incapacidade de terminar o que começam (o sujeito requer pressão
para concluir tarefas), dificuldades em estabelecer prioridades,
desorganização e procrastinação, estão sempre em busca de novidades e grandes
emoções, trocam de tarefas continuamente, ou seja, tem necessidade de variar. São
pessoas desatentas, com dificuldades em se definir por uma profissão,
desmotivadas, inconstantes nas relações, fazem muitos planos, mas não
concluem nada, muito potencial, às vezes, até muita criatividade, mas, pouca
realização, dificuldade de concentração, descontrole financeiro (gastos
excessivos), impulsividade, sensações subjetivas de
inquietação, impaciência, baixa tolerância à frustração, baixa
auto-estima, hipersensibilidade às críticas; irritabilidade, preocupação
excessiva, dificuldades para pensar e se expressar com clareza.
Apesar de
serem identificadas numerosas semelhanças entre as características de
comportamento nas crianças e em adultos com TDA/H, foram feitas várias
distinções. Uma delas é a redução em níveis globais de hiperatividade entre
adultos.
Adultos com TDA/H não se dão conta quanto a suas dificuldades de atenção, mesmo porque sempre foram dispersos e desatentos, erram repetidamente, perdem coisas, têm dificuldades para se lembrar o que acabam de ler, necessitam perguntar várias vezes a mesma coisa e evitam leitura que não seja de seu interesse específico. São também, capazes de dormir ou desligar diante de assuntos que não lhe interessam diretamente. Preferem atividades rápidas e trabalhos práticos. Muitas vezes se dedicam às atividades que exige pouca atenção e concentração, mostrando uma clara dificuldade para conseguir o mínimo de concentração suficiente para manter qualquer tarefa.
Adultos com TDA/H não se dão conta quanto a suas dificuldades de atenção, mesmo porque sempre foram dispersos e desatentos, erram repetidamente, perdem coisas, têm dificuldades para se lembrar o que acabam de ler, necessitam perguntar várias vezes a mesma coisa e evitam leitura que não seja de seu interesse específico. São também, capazes de dormir ou desligar diante de assuntos que não lhe interessam diretamente. Preferem atividades rápidas e trabalhos práticos. Muitas vezes se dedicam às atividades que exige pouca atenção e concentração, mostrando uma clara dificuldade para conseguir o mínimo de concentração suficiente para manter qualquer tarefa.
O
diagnóstico é basicamente clínico sendo de grande importância a história da
pessoa a ser investigada cuidadosamente, através de entrevistas com um ou
mais membros da família, pois é bastante comum a falta de atenção desses
pacientes até mesmo para o próprio comportamento. A vida escolar deve ser bem
examinada, no entanto, embora não raro a pessoa bem dotada intelectualmente
possa compensar o déficit da atenção e ter bom rendimento nos estudos. O
transtorno não impede de forma absoluta a concentração, alguns indivíduos são
capazes de um bom desempenho na área do trabalho, porém à custa de muito
esforço compensatório, estabelecimento de algumas estratégias de funcionamento
e de alto grau de interesse, enquanto em todos os outros momentos, a atenção
pode falhar de forma significativa.
Para o
diagnóstico, é importante lembrar que o TDA/H é uma condição que acompanha a
pessoa desde a infância, ou seja, ninguém fica TDA/H depois de adulto. Cabe
lembrar ainda, a possibilidade de uma gama variável de intensidade do quadro
clínico, indo desde casos leves ou discretos até casos graves com intenso
comprometimento funcional.
No caso
de adultos casados, com freqüência algumas intervenções necessitam ser
realizadas com o cônjuge. Existem também várias recomendações que podem
ser fornecidas ao paciente, de acordo com cada caso em particular, que amenizam
suas dificuldades no dia-a-dia. A terapia recomendada é associação
de Técnicas Cognitivo-Comportamentais e Tratamento Medicamentoso.
Profa. Dra. Edna Paciência Vieta
Profa. Dra. Edna
Paciência Vietta
Psicóloga Clínica
TDA/H e problemas conjugais
TDA/H e
problemas conjugais
“Amor, você está me ouvindo?”
“Ah, o que foi que você disse? Desculpe estava
distraído...”.
Está instalada a discussão que
pode incluir acusações como “você nunca me escuta”, “nada do que eu falo é
importante para você”, “você não se importa comigo”, “você não me ama mais”.
Seu marido se esquece do seu
aniversário de casamento ou de lhe trazer a encomenda que você pediu do
supermercado, mesmo que você tenha ligado para lembrá-lo? Se isto é freqüente
no dia-a-dia é bom observar a causa deste esquecimento. Problemas com atenção
podem resultar em incompreensão e mal entendidos em muitos adultos com TDA/H
(Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade. A causa pode ser um simples
esquecimento, uma distração qualquer, cansaço, preocupação momentânea, estresse
ou até uma recusa, mas se essa condição for freqüente ou comum, seu cônjuge
pode ser um portador de TDA/H.
“Amor, esqueci de lhe contar, de
novo, deixei o Joãozinho me esperando na porta da escola”. “ah!... outra coisa,
amor... perdi meu celular no banheiro do shopping”.
“Você não tem jeito mesmo, qualquer
hora você vai perder a cabeça. E a minha camisa você buscou? Qual camisa?’’
Pronto, se instalou a confusão.
Você pediu para o seu marido
colocar o lixo na rua e ele se esqueceu porque no caminho distraiu e se lembrou
de dar ração para o cachorro.
Sua esposa é desligada, no mundo
da lua, esquece o feijão no fogo, da reunião na escola do filho, de pagar uma
conta que você lhe pediu, nunca sabe onde deixou a chave da porta, está sempre
distraída?
O Deficit de Atenção e Hiperatividade
caracteriza-se pela falta de perseverança nas atividades que exigem um
envolvimento cognitivo e por uma tendência a passar de uma atividade para
outra sem acabar nenhuma, associadas a uma atividade global
desorganizada, descoordenada e excessiva
Muitas vezes, os parceiros de
pessoas diagnosticadas com TDA/H percebe o seu cônjuge com dificuldades de
escutar e atender pedidos ou até com incapacidade de honrar compromissos e faz
a idéia de que seu parceiro seja displicente, indiferente, irresponsável, não
colaborador, folgado ou desinteressado.
Por outro lado, se você é o
cônjuge portador de TDA/H, você pode não entender por que o seu parceiro está
sentido ou chateado com você e achar que tudo não passa de incompreensão,
intolerância, implicância ou hostilidade.
Se em casamentos no qual nenhum
dos dois é portador de TDA/H a dificuldade de comunicação é um problema comum,
imagine quando o marido ou a esposa simplesmente não consegue prestar atenção
ao que o outro diz por muito tempo.
“Amor, você está me ouvindo?
“Ah, o que é? Desculpe estava distraído...”.
Quem não ficaria chateado se o
parceiro se esquecesse sempre dos compromissos, datas, aniversários e mesmo do
seu prato predileto?
No caso, do portador deste
Transtorno, não se trata de falta de interesse ou descaso, mas, sim, de uma
deficiência, com explicações biológicas.
Inúmeros estudos científicos já
demonstraram que o TDA/H sofre forte influência genética e está relacionado a
uma alteração de neurotransmissores em determinadas regiões cerebrais,
sobretudo daquelas responsáveis por funções executivas (Lóbolo
Frontal) responsável por atividades de planejamento, organização, manejo
do tempo, memória, capacidade de pensar antes de agir, controle das emoções,
etc. O objetivo fundamental das funções executivas é fazer com que o indivíduo
tome decisões acertadas tenha iniciativa, atitude e motivação para atingir os
objetivos planejados.
Se para os parceiros a
convivência com o portador de TDA/H é
desconfortável, para os portadores a situação também não é simples. Eles
fazem um esforço sobre-humano para vencerem suas limitações e freqüentemente se
sentem frustrados e deprimidos por não conseguirem corresponder às expectativas
do parceiro.
O adulto TDA/H carece de
compreensão e tratamento para adquirir recursos que o ajudem a se lembrar
das coisas. Pressão e critica agravam ainda mais suas dificuldades. Paciência e
flexibilidade são atitudes essenciais para quem é parceiro de um porador
de TDA/H.
Dra Edna Paciência
Vietta
Psicóloga
Clínica
TDA/H: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade TDA/H
TDA/H: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade TDA/H
O Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH) foi descrito pela primeira vez, em 1902, e recebeu posteriormente, diversas denominações. As mais conhecidas foram: Síndrome da criança Hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno hipercinético.
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como hiperativas, desligadas, "avoadas", tumultuam a sala de aula, não se concentram na leitura, vivem no mundo da lua. Têm grandes dificuldades de fazer os deveres de casa sozinha, se distraem com facilidade, dão muito trabalho na escola, fazendo desses momentos verdadeiras batalhas entre mãe e filho. .No entanto, quando estão fazendo algo que é do seu interesse, como ver TV, jogar videogame, etc., são capazes de ficar hiper-concentradas, a ponto de não escutarem quando são chamadas. Em geral são muito desorganizadas com seus pertences e na maneira como tentam fazer as coisas. Por isso estão freqüentemente perdendo objetos, como lápis, livros.
Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites. Inicialmente pensava-se que o TDA/H era uma disfunção da infância. Com o desenvolvimeno das pesquisas e observações na prática clínica, consatou-se a permanência dos sinomas na Adolescência e na vida adulta.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho. São pessoas inquietas (que só relaxam dormindo), nunca acabam o que começam, vivem mudando de emprego, de interesses e atividades, não se detendo em nenhuma delas. Apresentam dificuldades em avaliar seu próprio comportamento e o quanto isto afeta os demais à sua volta. A pessoa deve apresentar essas características constantemente, como um padrão de comportamento. Quem convive com essas pessoas costumam dizer que elas sempre se comportaram assim
Para confirmação deste diagnóstico é imprescindível a avaliação de especialistas.
Para se falar em Déficit de Atenção é necessário que esses sintomas tenham aparecido desde a infância. Quer dizer, se alguém passou a apresentar essas características depois de adolescente ou adulto, não se trata de Déficit de Atenção, mas provavelmente de algum outro transtorno.
No adulto, o tratamento medicamentoso associado à abordagem psicoterápica cognitivo-comportamental, a aprendizagem de estratégias para se organizar e outros recursos, ajudam a controlar o transtorno.
Na criança, o tratamento é mais complexo e envolve freqüentemente equipe multidisciplinar com aplicação de medidas pedagógicas e comportamentais.
A história de vida dos adultos com TDA é marcada por insucessos acumulados ao longo dos anos. Mau desempenho na escola, repetência, suspensões, problemas no trabalho e na organização das atividades, dificuldade na escolha da profissão, conflitos conjugais, separação. A longo prazo, gera sentimentos de fracasso, baixa auto-estima e dificuldades para lidar com situações do dia-a-dia.
É típico do TDAH estar associado a outras doenças ou seja, a presença de comorbidades. Isso torna o diagnóstico mais complexo. O adulto chega no consultório com queixas de Fobias específicas, Fobia Social, Pânico, Depressão. Geralmente já foi medicado pela comorbidade.
Nas crianças, além da ansiedade, aparecem os transtornos de conduta que não decorrem só da distração. São comuns as dificuldades de aprendizado específicas como dislexia (dificuldade para compreender o que lê), disgrafia (dificuldade para escrever), discalculia (dificuldade para fazer cálculos).
Nos adolescentes, o problema maior é a tendência ao abuso de drogas. Não existe uma explicação clara para o fato. Os estudos mostram, porém, que a partir da adolescência o uso de drogas nos portadores de TDAH é mais freqüente se comparados com os indivíduos sadios.
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
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